15/04/2025
A economia da zona do euro pode estar prestes a entrar em uma nova fase de contração. De acordo com uma nota enviada a clientes pelo Barclays, uma recessão é esperada para o segundo semestre de 2025 — mesmo com a recente pausa parcial de 90 dias nas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos.
A medida, que faz parte da política de tarifas “recíprocas” do presidente Donald Trump, ainda mantém em vigor algumas taxas significativas que afetam diretamente o bloco europeu. Entre elas, estão a tarifa universal de 10%, além de encargos de 25% sobre aço, alumínio e automóveis — setores-chave para diversas economias da região.
Os estrategistas do Barclays afirmam que ainda aguardam maiores definições sobre o pacote tarifário antes de reavaliar os impactos econômicos. No entanto, os sinais são claros: a atividade industrial e a confiança dos consumidores seguem pressionadas, em meio a um ambiente externo cada vez mais desafiador.
Corte de juros pelo BCE pode não ser suficiente
Na tentativa de conter os danos, o Banco Central Europeu (BCE) é amplamente esperado para reduzir sua taxa de depósito em 25 pontos-base, levando-a a 2,25% na próxima reunião. A decisão vem diante de um cenário que combina riscos crescentes de desaceleração e sinais de que a inflação pode estar finalmente sob controle.
Segundo o Barclays, o BCE deve ajustar a linguagem em seu próximo comunicado, reconhecendo que as taxas atuais estão próximas do limite superior para o que a instituição considera “neutro”. Ainda assim, a autoridade monetária manterá uma postura cautelosa, avaliando os próximos passos “reunião a reunião”.
O que isso significa para os investidores?
Com o crescimento europeu em desaceleração e tensões comerciais no radar global, a instabilidade nos mercados deve continuar. Períodos como este exigem atenção redobrada e estratégias inteligentes para proteger o capital e explorar oportunidades.